Z-O: Agradecimentos e dedicatórias

 


Quando eu tava bem no começo do projeto de Z-O, ainda escrevendo as primeiras páginas do prólogo, a amiga Juliana Garcia foi uma das primeiras pessoas a avaliar o conteúdo. Ainda era algo bem cru, engessado, e não tinha uma indicação clara de evolução narrativa. Digo isso hoje, de cara limpa, porque foi a partir de observações dela e do William Rabello que consegui encontrar o verdadeiro norte nesse arco.


Começo meus agradecimentos escritos com o Marcelo e o Thor, bróders que ouviram a ideia e não acharam uma porcaria. Já disse algumas vezes em materiais sobre a HQ que o conceito mais primitivo que tive de tudo isso me ocorreu na esteira da academia de bairro que frequentei enquanto morei em São Paulo no ano de 2023. O Marcelo é meu amigo de infância e apesar da nossa distância por mais de uma década, compartilhamos dos mesmos gostos em desenhos e seriados. Era fácil, portanto, bater com ele esse punhado de pensamentos doidos, porque ele entende disso.

Era um período no qual eu lidava com o desemprego e a falta de oportunidades, muitas recusas de trabalho e que acabaram desencadeando um escape criativo. Eu já tinha muitas críticas ao mundo corporativo bem antes disso. Faltava apenas uma oportunidade de canalizar tudo em uma coisa só. Eu vinha assistindo aos episódios de Kamen Rider Black Sun e alternando com as séries antigas quando fui abalroado pela hipótese: e se eu fizesse um Kamen Rider brasileiro, motoboy e que luta contra o capitalismo?

Fui fazendo conceitos, brincadeiras, desenhei uma moto aqui, um personagem ali, e de repente a coisa tomou forma. Até sair a primeira página demorou pouco mais de quatro meses. Eu não tinha nenhuma ideia de como ia passar tudo isso pro papel, e mais: em quadrinhos, com falas, coisa e tal. Apesar de ter experiência como escritor e redator, me expressar em desenhos e texto era algo novo.

Pouco depois de rascunhar as primeiras ideias no prólogo, que publiquei em um arquivo do drive e divulguei entre amigos, mandei tudo pra Juliana. Algumas coisas que ela sugeriu eu já não conseguiria alterar, mas levei 120% do que li em conta. Inclusive a dica que ela me deu de leitura de um material similar: o Homem Grilo, do Cadu Simões, desenhado mais recentemente pelo Fred Hildebrand. Bebemos da mesma fonte de referência, mas fizemos coisas completamente diferentes. E conhecendo essas feras, acabei vendo muito mais. Li outras histórias do Cadu, comprei a Spaceshit, do Fred, entrando num caminho sem volta de consumir e conhecer quadrinistas e roteiristas brasileiros de qualidade.

Além de opinar, indicar gente e também acompanhar o andamento de Z-O, a Juliana também me mandou bastante material de outros artistas, os quais devorei numa noite de sábado, ampliando minha rede de (des)conhecidos ilustres. Um deles foi o Thiago Krening, que fez, entre outras coisas, o projeto Consciência do Artificial, lançado de maneira independente e com um enredo espetacular.

Mais pro fim do projeto, a força do Vitor foi elementar. Inclusive na sugestão de algumas cenas que foram pra versão final. Na decisão dura de cortar e acrescentar muitas das coisas, o Vito foi o meu censor e a pessoa mais ponderada que teve contato com o projeto, porque sabia como ninguém como eu tava pensando naquela cena, e no fim, acabamos pensando do mesmo jeito, não só pra finalizar o primeiro volume como pra planejar o segundo de outra maneira, mais desenrolada e divertida. Gostaria que isso fosse um segredo, mas acho que vale a pena dizer que ele está por trás do Telmo Santana. Mas não digam isso pra ele, se não vai ser uma semana se gabando! Como não vale a pena agradecer só na página da HQ e vai demorar demais até sair a segunda, que teria as dez digitais dele no roteiro, deixo aqui algumas palavras de reconhecimento desse monstro de referências e que já leu todos os mangás que eu possa imaginar. Obrigado também por me indicar Puto, seu Pluto!

Foi um ano e meio de muito trabalho, suor, vontade de desenhar e falta de tempo. Daí, quando o tempo sobrou, eu já tinha chegado ao fim. Faz parte. Que vocês tenham curtido a experiência de Z-O, as histórias que contei nesse primeiro volume, bem como todas as próximas que irei produzir ao longo de 2025. Mais um recomeço que encaro com entusiasmo.

Agradeço demais pelo apoio, pela atenção e pelos comentários. 

Dedico Mano Mascarado: Z-O às seguintes pessoas:

Minha mãe, Kita, primeira apoiadora oficial da minha carreira artística, que nunca duvidou de mim e gastou uma nota com os materiais que usei na infância. Tudo que eu sou hoje é porque você me incentivou. Uma pena que você não esteja aqui pra ouvir esse agradecimento.

Ao meu tio Delphino, o China, que me ensinou quase tudo que sei sobre direitos trabalhistas e luta por redução de jornada. Z-O acaba sendo uma ode ao sindicalismo, muito pelo legado que você deixou e pelo exemplo de pessoa que foi. 

Minha esposa, Camila, que vira e mexe participa do processo criativo ouvindo e sugerindo coisas, propondo abordagens e compartilhando o conteúdo. Ela não curte muito gibi e nem o mundo tokusatsu, mas aí também já seria demais. Apoiar a loucura já me vale todo o esforço.

À minha irmã, Mariane, com quem infelizmente convivo menos do que gostaria, mas que também sempre me empurrou pra frente no que eu queria fazer da vida. Ela já foi meu Ikki, minha Marin, e também segue sendo muito Zila. Irmã mais velha que sempre agiu de acordo com o cargo que ocupa. 

À grande amiga Jessica, que batizou Zila/Zuri e ainda aprovou todos os conceitos que fiz de desenho da personagem. Ela é a inspiração pra personagem, assim como a minha irmã, e o fato dos leitores terem Zila como a protagonista favorita da história diz muito.

Nossa gata, Milonga, que partiu pouco antes de completar 10 anos conosco, alguns dias depois da conclusão da história. Ela inspirou a criação do gato Pablo, que aparece em alguns momentos de Z-O, o que muita gente entendeu como um sinal de que eu sou o Caio, mas na verdade é apenas porque eu queria muito botar um gato preto como ela na história. Nunca te esqueceremos, Milonguinha.

Aos gatos Kimi, Lewis e Zezé (o morador do quintal), que eventualmente participam como auxiliares de produção e com certeza aparecerão em futuras HQs, tal qual a Milonga.

A qualquer um que se sentir minimamente inspirado pelo que eu desenhei e escrevi nessas 120 páginas. As palavras nunca voltam vazias.

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