Introdução ao universo de Z-O

Promo de Z-O para as redes sociais

Inspirado na obra de Shotaro Ishinomori que deu origem à franquia Kamen Rider, tomei a liberdade de desenvolver um universo bem paulistano para desenvolver a história de Z-O. Utilizando o conceito dos gafanhotos motoqueiros, criei um grupo de personagens da mesma classe social com um inimigo em comum: a falta de dinheiro. E por falta de dinheiro, naturalmente, somos opostos às garras do pós-capitalismo que transformou a mão de obra em algo dispensável e por vezes desqualificado o suficiente para não demandar salários dignos.

Nesse universo de Z-O, vivemos na São Paulo contemporânea, a Meca de investidores e de ricos que brincam de montar empresas para supostamente executar suas ideias brilhantes. No meio de tudo isso, temos muita gente que precisa de emprego e topa qualquer coisa simplesmente para não ficar sem ter o que comer. E ainda assim, se passa fome. 

O conflito central é vivido por Caio Muto, um filho de imigrante japonesa que vive na zona oeste da cidade e tem sua vida virada de cabeça para baixo após uma queda de moto. Caio ainda tentava se firmar no mercado de emprego quando perdeu o veículo por conta do acidente. Ao se desesperar e notar que precisará abandonar os estudos para corrigir o erro, ele topa com uma oportunidade. 

É a empresa Graw, que atua no ramo de aluguel de motos. No ato de alugar a moto, Caio consegue fazer parte de um convênio com a Scifomy, líder em delivery. Resolvendo dois problemas de uma vez só, o jovem paulistano entra de cabeça em outra realidade: a de estar inevitavelmente preso ao trabalho e as exigências bizarras da chefia. Ele irá cumprir rotinas exaustivas, perder o contato com a própria vida pessoal e passar cada vez menos tempo em casa. Mas olha só, agora ele tem como pagar suas contas e ajudar os pais!

A trama se desenrola com outros personagens de destaque: Jhonlenon Andrade, melhor amigo de Caio; Pedro Paulo Moraes, amigo de infância que perdeu contato com Caio e Zila Moreira, a motoqueira que lidera o ranking de entregas na Scifomy. Do outro lado do balcão, estão os homens de sucesso por trás da Graw e da Scifomy: Julio Mayfield e Ricardo Larini. Juntamente com eles, está o cara da grana, Fred Ricco, da Ricco Investimentos. Eles mostrarão que o caminho para a prosperidade é oposto quando patrão e empregado estão na mesma mesa.

Inicialmente, Z-O é dividido em partes: o prólogo, com 15 páginas, e os capítulos seguintes. Naturalmente, o que retrata e contextualiza Caio é mais extenso, enquanto os demais possuem cinco páginas para apresentar os demais personagens e suas batalhas. Após o quinto capítulo, a trama será mais fluída para que a ação e o problema central da história ganhem mais força. A previsão é de 75 páginas no produto final.

Tentei misturar pitadas de humor com uma leitura crítica da realidade do trabalhador brasileiro em vários segmentos do mercado. Passando pela precarização, pela síndrome do burnout e de como temos pouco ou nenhum poder de decisão sobre os rumos que nossa carreira toma por conta da instabilidade de gestores e empresas.

É tudo como um grande dominó. E a primeira peça já caiu. 

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